quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Papo de menina

Ontem eu cheguei a uma conclusão meio drástica e um tanto quanto preconceituosa, confesso: Eu não consulto mais com "médicas-ginecologista-mulher", a não ser em caso de emergência!

Eu sei, é um impulso muito bizarro escrever sobre isso em um blog- quanto mais um blog que tem tão poucos post-, mas é que eu fico encucada,com raiva, e frustrada.

Será que mulheres não sabem cuidar bem de mulheres?

Eu esperava que, por ser mulher, a médica conheceria melhor os dramas femininos da tpm, do medo de ser mãe antes da hora, e dos muitos riscos e apertos que dizem respeito ao sexo. Ao contrário, todas as minhas consultas marcadas com "médicas-ginecologistas" se resumiram a uma conversa breve e contrangedora- que não me acrescentou em nada a mais do que uma pesquisa no google faria- e um "use camisinha" no final.

Em nenhuma das minhas consultas- com 3 médicas diferentes- tive a abertura para tirar dúvidas e conversar sobre sexo, nem de ser examinada adequadamente ( ser pesada e medida, exame de toque e de papanicolal), como eu tenho a idéia que a ida a ginecologista deveria sempre ser.Eu fico me perguntando se é por causa da minha idade e porque sou solteira. Mas se for por isso, também é um absurdo! É justamente lá que eu devo mesmo falar sobre sexo, perguntar o tanto necessário, ser ouvida e atendida! e não mais um lugar em que sexo é vergonha pra mim - enquanto menina-e para outras tantas. Considero o ginecologista um dos médicos mais importantes para a saúde da mulher pois é capaz de fazer a prevenção e controle de DST'S, como o HPV que é trasmitido mesmo com o uso da camisinha; além de informações úteis quanto a sexualidade feminina.

Bom, eu não sei se é maluquice da minha cabeça, mas conversando por aí, ouvi casos semelhantes de descasos por parte de "ginecologistas mulheres". Espero sinceramente que seja só uma falta de sorte minha, mas eu não arrisco mais: da próxima vez que for ao médico ginecologista, irei a um homem. Segundo a minha própria experiência, os homens sempre me foram muito mais receptivos e tiveram paciência comigo. Sabe Deus lá por que.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010




Eu te amo assim tão só.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

I lost myself

Eu surtei entrei em pânico parou tudo. Tudo. E a vontade incontrolável de chorar contrastando com os sorrisos e palmas que precisava manter no momento. Eu não podia fugir fiquei estática e me contive até o último momento. Coragem coragem apesar de estar me sentido um zero a esquerda, uma covarde total. Franguinha. Queria correr me esconder. Estava ali exposta ao máximo nua mostrando quem eu sou ali ridícula. Ridícula. Mas eu continuei firme na medida do possível-ou deveria dizer do impossível- até o fim. Não sei ainda como pude como suportei a dor como não saí correndo em disparada para me esconder feito avestruz.Avetruz. Deve ser que meus pés estavam fincados no chão. Eu pesando toneledas, pesada, pesada. I'm so heavy. Não fui embora e fiquei sendo retalhada aos poucos. Retalhada por mim mesma talvez pelo meu medo pelos meus pensamentos. Não tem razão o surto. Ele simplesmente vem e te arrebata, te joga no chão brutalmente. Você não espera que esse tipo de coisa possa acontecer. Ainda mais quando se está bem, quando as coisas estão em aparente ordem. Talvez ele- o surto- aconteça para mostrar que as coisas não vão bem, não. Às vezes nem a gente sabe da gente. E aí as coisas transbordam, jorram de dentro é como uma proteção. Pra que não se exploda. Bum! Pra ficarmos atentos a nós mesmos.

domingo, 8 de novembro de 2009

Eu quero ir para casa

Eu tô sofrendo de banzo. E isso tem me consumido ao máximo. Vontade de chorar, um desânimo e preguiça de tudo.
Saudade, saudade,saudade. Não uma saudade nostálgica ( se é que assim posso dizer). É saudade de almoços em família no domingo, da minha casa, dos meus amigos. Da minha cidade...de andar pelas ruas sem rumo, tomar sorvete, reclamar que não há nada pra fazer.

Eu fico dividida: Minha vida está num meio termo entre aqui e e lá. Aqui está meu futuro, meu amor, meus queridos novos amigos, meus projetos. Lá está meu porto seguro, minha família, meus queridos amigos de sempre, e uma parte de mim perdida que eu preciso recuperar constantemente....pra ficar bem.

Se o sujeito fosse uma fórmula seria assim: O eu de hoje é o eu de antes somado ao que se contrói a cada segundo, agora. E o eu que será é igual ao que se contrói agora, somado ao que irá se passar no próximo segundo e ao que já foi.

É complicado. Só sei que eu tenho que estar em contato com meu passado no presente, renovado, para ser o que serei. Me pergunto se dá para entender o que digo. Mas, fazer o que? Tem coisas que não são plausíveis de entendimento, só de sentir. E eu sinto que preciso retornar para seguir em frente.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Futuro amante ( namorado?)

Quem é que virá, de novo,
semear a roxa flor ( que dizem),
é o amor, no meu coração ( que não é mais!?)
de trouxa?

E feliz dia dos namorados a quem já tem plantada a flor roxa no coração. :D

quinta-feira, 2 de abril de 2009

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.

— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...

Eu tenho a minha Loucura !

Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...

Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!"


José Régio. Por Maria Bethânia.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Deu na tv...

Hoje eu assisti a uma notícia no jornal da tarde que me chocou. MUITO. Tanto a ponto de vir escrever aqui minha indgnação, e para aliviar um pouco minha vontade de chorar. Bem...notícias tristes e chocantes aparecem sempre na tv: a guerra, o tráfego de drogas e suas vítimas, a fome, o roubo dos políticos- que já nem é novidade.

Enfim...assistir ao jornal é um momento em que você se enxerga impotente diante da violência e dos casos absurdos noticiados. É surreal.
São coisas que a gente não acredita existir, ou pelo menos não quer acreditar. Chega a dar desânimo de viver sabendo que tudo aquilo, o pesadêlo mostrado na tv, nas revistas, é 'tudo' verdade. Acontece, e acontece com muita freqüência. Até que um dia você próprio passa por uma situação semelhante ao que é narrado nos jornais: é pego de surpresa pela violência, pela tragédia do dia a dia. E vê como o mundo é podre bem de perto, cara a cara.

Tudo isto para me referir ao caso da menininha de 9 anos violentada e grávida de gêmeos, que fez o aborto em Pernambuco. E minha raiva expressa ao bispo José Carlos Sobrinho, e também à Igreja Católica, ao Vaticano, ao Papa por excomungarem a menina e a equipe médica que realizou o aborto. E claro, pela declaração infeliz do tal bispo que segue: " Estupro é crime menor. Sabe o que é pior gente? Aborto". Aqui cabem todos os xingamentos do mundo. Deprimente ouvir isto vindo de um religioso. Deprimente, aliás, ouvir isto de qualquer pessoa que seja!!!! Eu fico abismada como um crime horrendo como o estupro seja tratado de tal maneira. De qualquer jeito, como se não fosse nada. É bárbara a posição da Igreja. Remota dos tempos da caverna. Da Inquisição. Radicalismos não levam a nada.

Ao longo da história houve guerras terríveis por conta de religião; muito sangue foi derramado por parte do cristianismo ( aká católicos, evangélicos, anglicanos, ortodoxos, todos os que se chama cristãos) dos judaísmo, do islamismo....e por aí vai. Muitas coisas horrendas. Não me espanta que ainda hoje encontremos pérolas como essa declaração do bispo José Cardoso....A Igreja falha justamente por ser liderada por homens. Que erram, como todo mundo. E que nada têm de santos. Não tenho nada contra quem tem uma religião, e blá blá blá. Não discuto. Eu própria venho de uma família católica fervorosa e com uma fé de mover montanhas, admirável.

Reconheço os valores da Igreja e que ela tem muitos projetos bacanas para a sociedade, e muita gente encontra apoio ali. Sem contar as histórias de vida de Francisco e Clara de Assis, e outros que viveram realmente a sua fé. Todos eles, para mim, são seres humanos exepcionais que independem de serem vinculados à qualquer religião. Todos os mestres que pela Terra habitaram deixando lições que levam uma vida inteira para serem compreendidas ( lições simples que a gente custa a aprender...se é que aprende).

Ok, até aí. Aqui afirmo que não tenho nada a contra quem tem fé, vai a igreja e tudo o mais. É bom pra você? Te faz sentir uma pessoa melhor? Ótimo! Que bom pra ti.

Só não aceito ficar calada diante de certas coisas pronunciadas por membros do clero. ( ou abusos cometidos por eles)

Vontando a questão do estupro:A maioria das vítimas sofre calada. É uma dor pra vida inteira. Ficam as seqüelas físicas e metais. A pessoa se recorda do cheiro, do rosto, de tudo que passou como se aquilo estivesse acontecendo a todo o momento. Mesmo tendo superado o trauma, fica a cicatriz que dilata sempre.Tratando-se de uma criança estuprada é indizível o quanto eu repudio e acho nojento, e me dá vontade de chorar muito. Me faz perder as esperanças, bambear as pernas e pensar em que mundo eu vivo. Agora, junto ao trauma e a dor de um estupro o que acontece quando você tem uma gravidez? Uma terceira pessoa envolvidade...E Sabe-se lá se não contraiu uma doença também. :) Que maravilha.

Neste casos, COMO não ser a favor do aborto? Como deve ser uma criança fruto de uma violência ( uma das piores, ou a pior em minha opinião?)? Como deve ser para estas crianças o sentimento de rejeição por toda a vida?

Os sentimentos ruins que essa gravidez gera tem repercusão para ambos os lados, tanto para a 'vida' dos bebês quanto para mãe. Me diz, que vida é essa? A vida vale ser vivida apenas? Direito de existir...e daí? O direito que a gente deveria de ter é de viver a vida com o que há de melhor, ser recebido com amor, com pais maduros. Infelizmente não é assim para todos. Éjusto com uma criança nascer ao léu?

"Bem vindo ao mundo, você recebeu a dádiva da vida."

Foi premiada o coitada da criança. Imagine agora que o bebê tenha como mãe uma criança que, muitas vezes, não sabe o que está acontecendo...sequer que foi agredida.

As crianças não são inocentes e delas é o reino dos céus? Como pode então uma menininha de 9 anos de idade agredida, ser julgada por ter feito um aborto?

Foi o que entendi pelas reportagens de hoje. Não compreendo. Não entra na cabeça, sabe?

Eu apoio o aborto nessa e em outras situações ( não vou discursar aqui sobre 'outras circunstâncias do aborto', talvez em um outro momento) .Mesmo que eu não tenha coragem alguma de realizar um. ( a não ser no caso de estupro, como dito.)

Na situação de estupro, julgo maravilhosa a mulher que aceitar plenamente o filho que gera. Com amor, mesmo que no início sofra muito. Por que sinceramente....é muito triste.

E ninguém, a não ser quem já passou por semelhante situação, pode sentir, dizer como é...o que passou, e como isso fica marcado pra sempre.Não dá pra julgar por assasino, ou qualquer coisa que seja a mulher que decide 'tirar' um filho gerado em uma situação de violência.

Quanto ao Bispo, ao papa, ao vaticano e coisa e tal: Que Deus os perdôe Pai, eles não sabem o que dizem. Tão infelizes foram as comparações...


Até.